O que você deve saber sobre DHEA
A diidroepiandrosterona (DHEA, sigla em inglês) vem sendo proposta como um hormônio que combate o envelhecimento, também eficaz na prevenção e no tratamento de muitas condições debilitantes do ponto de vista físico e emocional relacionadas a doenças crônicas e ao envelhecimento.
O interessante em relação ao DHEA é que os dados apresentados até o momento mostram que a redução nos seus níveis está correlacionada com vários aspectos do envelhecimento. O mais interessante ainda é que o uso de suplementos com doses baixas parece melhorar a saúde e promover o bem-estar. Usado como medicamento, em doses mais elevadas, parece melhorar muitas condições associadas às doenças crônicas.
Propriedades químicas da DHEA
Até recentemente, os pesquisadores acreditavam que a DHEA representasse um substrato para a produção de outros hormônios ativos. Atualmente, sabe-se que a sua estrutura química é semelhante à testosterona, ambas derivadas da molécula do colesterol. Exceto por uma cadeia de carbonos, o colesterol é bastante similar ao DHEA e à testosterona. Por ser semelhante a outros hormônios esteróides (estrógeno, progesterona, testosterona), o DHEA pode ser convertido ou estimular a produção dos estrógenos, testosterona ou a cortisona, além de muitos outros desses hormônios importantes para o organismo.
Pesquisas recentes mostram que, apesar de semelhante a outros andrógenos, o DHEA liga-se a receptores específicos na superfície celular que apontam para uma função própria.
Possíveis benefícios do DHEA
Até o momento, os seguintes dados foram demonstrados:
1. DOENÇAS CARDÍACAS - Homens com doenças cardíacas, quando comparados com pacientes saudáveis, apresentam níveis reduzidos de sulfato de DHEA. Mostrou-se ainda que o DHEA é capaz de diminuir a fração LDL do colesterol. O uso de suplementos desse hormônio pode aumentar a sua concentração no organismo e reduzir o risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas, conforme demonstrado em estudos realizados por Barret-Conner e colaboradores.
2. OBESIDADE - Ratos obesos não ficaram doentes quando receberam dieta suplementada com DHEA. Ainda são necessárias novas pesquisas em pacientes com obesidade moderada e mórbida (acima de 160 kg) para avaliar os benefícios da ingestão de DHEA, como a redução no risco de doença vascular periférica, diabetes ou hipertensão.
3. CÂNCER - Ratos utilizados no estudo do câncer não desenvolveram a doença quando receberam dieta suplementada com DHEA. Observou-se ainda uma associação entre níveis reduzidos de DHEA e o câncer de mama. Caso seja possível observar esses resultados em seres humanos, será uma das principais aplicações do hormônio. Os ratos em questão apresentam uma incidência bem mais elevada de tumores que os não utilizados nos experimentos. Se o DHEA impede o desenvolvimento desses tumores, deve ser analisado sob um ponto de vista favorável. Vale lembrar que os níveis de DHEA encontrados normalmente diminuem com o passar dos anos, enquanto todos os tipos de câncer aumentam, de modo que essa relação inversa chama a atenção. Deve-se lembrar também que grande parte das pesquisas sobre a saúde cardiovascular em animais não pode ser aplicada diretamente em seres humanos. Devem ser testadas em pacientes com história familiar importante de câncer (em um estudo de prevenção primária), ou naqueles que retiraram tumores, sendo acompanhados por um período de 5 anos para avaliar qual o prognóstico observado. Mesmo assim, é uma área que parece bastante promissora.
4. RESPOSTA AUTO-IMUNE - Os pacientes com lúpus, artrite reumatóide, esclerose múltipla e colite apresentam níveis bastante reduzidos de DHEA. Quando recebem suplementação, relatam uma melhora significativa de disposição e bem-estar. Os pacientes com lúpus apresentaram ainda uma importante melhora na doença renal associada à doença. Tendo em vista a alta prevalência de distúrbios auto-imunes (como o diabetes insulino-dependente, por exemplo), a utilização do DHEA pode ter uma grande aplicação. Por outro lado, pode também fazer parte do conjunto de substâncias utilizadas experimentalmente para estimular o sistema imunológico de determinados indivíduos.
5. OSTEOPOROSE - O DHEA, teoricamente, pode atuar como um estrógeno, andrógeno e a progesterona, prevenindo a perda e estimulando a formação óssea. O DHEA, assim como qualquer suplemento, deve ser utilizado em combinação com um programa de exercícios de resistência.
DHEA e o desempenho físico
Para os desportistas, a conversão de DHEA em testosterona é muito importante. Se for possível aumentar a produção de testosterona pelo organismo, será possível também conseguir um ganho de força e massa muscular, associado à redução da gordura corporal.
Conclusão
Na maioria das condições clínicas e para a manutenção da saúde, os estudos sugerem que a DHEA apresenta benefícios importantes, principalmente em pessoas acima dos 40 anos de idade ou naqueles cujos níveis começam a diminuir.